domingo, setembro 17, 2006

Violência contra mulher

Delegacia da Mulher registra
duas agressões por dia


Durante muito tempo algumas mulheres brasileiras viviam caladas e oprimidas frente às agressões físicas praticadas por seus companheiros. Felizmente, este sofrimento silencioso está tendo fim em muitas cidades do país. De acordo com o que apurou o repórter Danilo Ferreira para o Jornal de Valinhos, através de documentos obtidos na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), são registradas diariamente, em média, duas ocorrências relacionadas a agressões contra mulheres praticadas por seus próprios parceiros. Entre as agressões estão as lesões corporais (socos, pontapés e golpes com armas brancas), atentado violento ao pudor (sexo forçado), maus tratos, calunias e ameaças.

“As mulheres estão criando coragem e denunciando as agressões sofridas às autoridades responsáveis. Em função disso, estamos registrando um aumento significativo do número de Boletins de Ocorrência”, explicou a Delgada da DDM.Somente no primeiro semestre deste ano, foram registradas mais de 200 agressões contra mulheres, metade do número de denúncias de todo o ano de 2005.

Ainda de acordo com a investigação, no ano de 2004 foram registradas 376 denúncias, contra 419 reclamações da mesma natureza no ano passado. O crescimento chega a 11,46% nos índices de agressões e infelizmente esse crescimento tende a subir segundo estimativas.

Última vítima fatal
Uma dona de casa foi morta à facada pelo marido, um aposentado de 63 anos, dentro do quarto da própria residência depois de uma discussão. A vítima levou uma facada profunda na região do tórax e morreu ao dar entrada no hospital. A dona de casa já tinha denunciado as agressões do marido às autoridades, que nada adiantou.

Maria da Penha
Será que essa nova lei, intitulada Lei Maria da Penha, que promete prender o marido de seis meses a três anos de prisão resolvera? Ou será que ele preso, misturado com bandidos de alta criminosidade, voltará pior para a sociedade?? Opinem.

quinta-feira, setembro 07, 2006

ENTREVISTA PERCIVAL DE SOUZA

SEGURANÇA PÚBLICA
= INTERESSE PÚBLICO

Há mais quarenta anos dedicados ao jornalismo brasileiro, sendo grande parte deles vividos dentro do jornalismo policial. Percival de Souza é uma lenda viva e um ícone do jornalismo investigativo, especializado em assuntos criminais e de segurança pública. Percival tem mais de onze livros publicados, o último, o Narcoditadura – O caso Tim. Trata-se de uma obra investigativa sobre a morte de seu amigo e companheiro Tim Lopes, então repórter da Rede Globo. Em entrevista cedida ao jornal laboratório da Puc-Campinas aos repórteres Danilo Ferreira e Fernando Piva, Percival comenta e tenta explicar a atual situação da Segurança Pública no Estado de São Paulo, o sistema penitenciário e a crescente e assustadora onda terrorista do Primeiro Comando da Capital, PCC. O entrevistado aproveita também para falar sobre os rumos da imprensa brasileira, depois do seqüestro do jornalista Guilherme Portanova. “Existem jornalistas preocupadíssimos com isso, particularmente os mais envolvidos nesse tipo de reportagem”.

“A sociedade é fator gerador de criminalidade, o que não se confunde com uma genérica causa do crime”

JL - Percival, considerando sua experiência jornalística de mais de 40 anos, sendo grande parte vivida no meio policial, na sua opinião, qual é o grande problema da segurança pública de São Paulo?

Percival - O tema segurança pública é interdisciplinar, exige ações preventivas, repressivas e tratamento. Na parte criminal, tem havido prevalência de componentes políticos, suficientemente fortes para a escolha, sem critérios profissionais, de quem vai comandar as pastas da Segurança Pública nos Estados. A sociedade paga um alto preço por demonstrações explícitos de amadorismo e incompetência.

JL - Em um artigo escrito pelo senhor – Reflexões: Crime Organizado – um argumento para o crescimento do crime organizado é a própria sociedade. O senhor acredita que a sociedade é o grande fator do crescimento da violência? Qual o grande desvio da sociedade para a violência ter crescido tanto nos últimos anos?

Percival - A sociedade é fator gerador de criminalidade, o que não se confunde com uma genérica causa de crime. Aprendi isso há muito tempo com o professor Manoel Pedro Pimentel, falecido professor da USP. Ele me estimulou a estudar criminologia, a ciência que estuda o crime e o criminoso. Aí, percebi que a sociedade acompanha o crime como a sombra acompanha o corpo. A rigor, portanto, não existem criminosos extra-planetários. São frutos do nosso próprio meio, sem esquecer que somos nós e nossas circunstâncias, como diria Ortega y Gasset.

JL - Na sua opinião, quais medidas poderiam ser tomadas para melhorar a segurança pública no Estado de São Paulo?

Percival - A sociedade inteira quer saber isso, busca a resposta para essa pergunta. Está insatisfeita, e com razão, com normas e critérios, empirismo no lugar do profissionalismo, e falta de diagnósticos eficazes. Há uma proveta do crime nas ruas. Crianças e adolescentes entregues à própria sorte serão problemas sociais do futuro. A prisão deve regenerar e punir. Mas suas muralhas, como ensinou Michel Foucault, servem mais para a sociedade não olhar o que se passa dentro dos presídios. A impunidade gera um efeito perverso estimulante. É preciso acordar: segurança passa pela Polícia, é claro (por isso existe um capítulo só para ela, o 144, na Constituição do País), mas não é questão exclusivamente para ela. Problemas interdisciplinares exigem busca de solução equivalente.

JL - O Governo federal esta tentando intervir disponibilizando o exército para controlar os ataques do PCC, e conseqüentemente dar mais segurança à sociedade (na teoria), o senhor concorda coma presença do exército? Resolveria algo de imediato? A sociedade se sentiria mais segura?

Percival - O assunto, discutido à véspera das eleições, transformou-se em debate político. O Governo Federal ofereceu tropas, posando de generoso. O Estado recusou, fazendo o papel de ofendido e competente para resolver sozinho. Mobilizar tropas exige pedido do Estado que considerar a ordem ameaçada, conforme conceitos esculpidos na Constituição. Defendo o Exército na fronteira, de onde procedem armamentos, munições e drogas que se transformarão em problemas graves nos Estados. O Exército não age por conta própria. Creio que a presença de tropas federais diante de certas situações possui mais um efeito psicológico tranqüilizador do que controle de criminalidade propriamente dito.


“A prisão existe para punir e transformar. Punir ela até pune, mas transformar...... os altos índices de reincidência mostram que não.”

JL - Um dos grandes problemas do Estado referente a segurança pública, é o sistema penitenciário. Na sua visão, como seria o sistema penitenciário brasileiro hoje? Quais mudanças este sistema teria que sofrer para obter melhoras significativas?

Percival - Penitenciária vem de penitência, a clausura, de início religiosa, para expiar faltas de natureza moral. A pena capital e as punições corporais foram, paulatinamente, sendo substituídas pela anulação dos movimentos, através do confinamento, que pune a alma, o coração, o espírito. Poderíamos imaginar como ideal a prisão que fosse uma espécie de enfermaria dos espíritos. É uma discussão que possui até componentes filosóficos, hoje substituída pelo desafio insuperável de falta de vagas. Portanto, não se estuda, na essência, a ciência penitenciária, e sim o problema de ter ou não ter vagas. O enfoque fica míope. A prisão existe para punir e transformar. Punir ela até que pune, mas transformar... os altos índices de reincidência mostram que não. Tem que haver punição, mas tem que haver esperança. Na Itália, existe um presídio para condenados à prisão perpétua. Na entrada, está esculpida uma frase retirada da Divina Comédia, de Dante, que na descrição do inferno diz mais ou menos assim: “você que aqui está entrando, deixe lá fora toda esperança”. É o que adotou aqui. Deu no que deu.

“O PCC hoje é federalizado (está em sete Estados) e ramificado internacionalmente (Paraguai, Bolívia e Colômbia). Você corta uma cabeça e surge outra”.


JL - Sabemos que esta facção surgiu dentro das penitenciarias visando a proteção dos chamados “senhores do crime” do estado de São Paulo. Na sua opinião por que esta facção esta indo tão longe com seus objetivos? Por que o PCC se tornou a facção que é hoje?

Percival - Ouço tanto essa pergunta que estou terminando de escrever um livro para procurar respondê-la. É um mergulho de jornalismo investigativo, conciliando jornalismo e literatura, para buscar respostas com presos, autoridades, sistemas. Eu mesmo me assustei com o resultado, vendo coisas de São Paulo, viajando para Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraguai. O PCC hoje é federalizado (está em sete Estados) e ramificado internacionalmente (Paraguai, Bolívia e Colômbia). Sociedade não dá a mínima para preso e autoridades são incompetentes. Criou-se o clima para o PCC nascer, em 1993, e expandir-se com muita força, principalmente a partir de 2001. A facção veste uma capa de humanidade, dizendo que luta pela paz, pela fraternidade, pelos direitos legítimos. Isso é uma coisa. Matar dentro e fora, atacar, destruir, apavorar já são práticas que configuram contradição absoluta com estatutos, propostas e documentos. É uma sociedade criminosa estruturada, a caminho de ser uma espécie de partido do crime, que hoje consegue deter o poder na maioria dos estabelecimentos penais do Estado, que não consegue evitar sequer que façam contatos permanentes com o mundo exterior. Pouco se sabe da profundidade da questão. Daí o meu livro. Espero lançá-lo em outubro próximo, pela Ediouro.

JL - Existe uma forma de acabar com a facção ou pelo menos amenizar este problema que esta em crescente ascensão?

Percival - O PCC tem braços dentro da prisão e fora dela. Isso mesmo: dentro e fora. Conta com simpatizantes, emissários, corruptos, escritores de texto para manifestações em panfletagens, no estilo de partido político. O nascedouro disso é a prisão. Ela é a proveta do PCC. O PCC tem 13 anos de vida. Extirpá-lo de vez vai exigir um bom tempo, anos talvez. É um polvo com muitos tentáculos. Também é, de certa forma, uma hidra mitológica. Você corta uma cabeça, surge outra. A receita é evitar que surjam peças de reposição, o que o Governo não tem sabido fazer.

JL - O senhor acredita que a facção utilizou a “boataria” para promover o pânico na população para desestabilizar a ação do estado e da polícia?

Percival - A boataria surge com pessoas assustadas, traumatizadas, apavoradas. A facção se aproveita do clima de instabilidade. Criou uma nova linguagem – o “salve”, ordem geral para ataques, sistemas originais de transmitir mensagens. Uma advogada, por exemplo, levava mensagens escritas na pele dos seios para serem lidas por presidiários. Foi presa, não por isso, mas por provas de atuação criminosa e não profissional. O direito de defesa é sagrado. Direito de ser bandido ou solidarizar-se com bandido não existe. O PCC conseguiu uma briga política entre governo de São Paulo e o governo federal instalado em Brasília. Para a sociedade, não interessa queda de braço entre planalto e planície.

JL - O senhor concorda que a imprensa foi alvo desta boataria e colaborou com a intenção do PCC?

Percival - A imprensa foi vítima do PCC, com o seqüestro de um repórter da TV Globo e a exigência de divulgação de um manifesto, e outras intimidações contra profissionais. Em alguns momentos, alguns veículos deram informações incorretas e precipitadas, como a decretação de um “toque de recolher” que teria sido imposto pelo PCC. Estado de sítio é decretado e tem previsão legal. Houve equívocos até de linguagem e conteúdo.

“Repórteres faziam comboio de carros de reportagem, para se proteger mutuamente. Nas esquinas, ouvia gritos: vai ter mais um Tim, vai ter mais um Tim”.

JL - O crime esta cada vez mais organizado e a imprensa sofre grandes perdas com a tentativa de desmantelar as facções, fazendo valer o papel do jornalista que é a denúncia visando o bem estar da sociedade. O que as empresas de comunicação devem fazer para melhorar a segurança dos profissionais?

Percival - Em determinadas situações, o jornalista deve precaver-se, evitar repetir hábitos regulares, proteger a família, que é sempre o calcanhar de Aquiles. As empresas devem encampar essas preocupações e proteger o profissional envolvido com as conseqüências da apuração de uma matéria e/ou a sua elaboração. Isso inclui transporte, com segurança, da residência para o trabalho e vice-versa, e acompanhamento nos deslocamentos.

JL - O senhor acredita que os jornalistas terão receio de denunciar o crime, por conta das últimas atitudes do PCC, como o seqüestro do repórter da Globo e veiculação de vídeos em rede nacional?

Percival - Hoje existem jornalistas preocupadíssimos com isso. O que houve com o colega de Globo pode acontecer com qualquer um de nós, particularmente os mais envolvidos nesse tipo de cobertura. O PCC, poucos sabem, invadiu a casa de um cinegrafista da TV Bandeirantes e deixou um vídeo de apologia à facção, que pretendiam ver divulgado no segundo bloco de um programa com debate político. O pedido não foi atendido. A Polícia, agora na última quinta-feira de agosto, investiga o caso de um outro cinegrafista da Band, atacado fisicamente na região dos jardins, durante uma cobertura. Enfiaram-lhe um objeto contuso à altura da nuca. Ele chegou a correr risco de morte. A imprensa deu pouco destaque ao fato, extremamente grave.


JL - Quais as conseqüências que essa atitude do PCC vai causar na imprensa brasileira, principalmente a imprensa investigativa?

Percival - Prova uma reação imediata. Você pensar: vale a pena correr tanto risco? Devo pisar mais leve? Quem me garante? Não tem como deixar de se perguntar, indagar a si mesmo. Tudo no jornalismo investigativo é solitário. É um encontro conosco mesmo. Pode ser um bom momento. Pode ser a mais amarga das horas.

JL - Chegamos ao ponto de dizer que todos nós estamos reféns do crime organizado?

Percival - A juíza aposentada Denise Frossard usou certa vez a seguinte frase: “temos que ter a mesma audácia dos canalhas”. A questão é dobrar os joelhos ou não. De um modo geral, a bandidagem sempre respeitou a reportagem. Ela pede a nossa presença quando quer garantia de preservação, quando acontecem rebeliões e prisões. Quando escr3vi “Narcoditadura”, reconstituindo a morte de Tim Lopes e mostrando aspectos do crime organizado e jornalismo investigativo, os bandidos quiseram transformar os jornalistas do Rio de Janeiro em reféns. Fui com colegas em alguns lugares. Repórteres faziam comboio de carros de reportagem, para se proteger mutuamente. Nas esquinas, ouvia gritos: “vai ter mais Tim, vai ter mais Tim!”. Quer dizer: matariam mais jornalistas, exterminariam repórteres. Não é nada confortável ouvir esse tipo de ameaça explícita. Preferi enfrentar os riscos e fazer o meu trabalho, a rigor uma homenagem póstuma para o meu amigo Tim. Eu me recuso a ser refém, principalmente diante de bandidos que tentam se travestir, inutilmente, de Robins Hoods contemporâneos. Misantropo não é filantropo, nuvem não é Juno.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Nova Traição

Mulher apanha
por causa do MSN


Sou totalmente contra qualquer tipo de agressão, principalmente quando se trata de violência contra a mulher. Isso é desumano e covardia. Acreditava que não havia justificativa cabível para violência contra elas. Porem tem algumas mulheres que “merecem” levar um “presta atenção” de vez em quando. Presenciei semanas atrás mais um caso bizarro (porem engraçado) em que acabou em Delegacia. Vou contar a história como aconteceu.

Creuzelina (nomes fictícios), 32 anos, mulher casada, mãe de duas filhas, estava em casa conversando na Intenet, pelo MSN, com Ricardão. Chico, o marido, chegou do trabalho mais cedo. Ao perceber a presença do esposo, Creuzelina largou o computador ligado, minimizou a tela do MSN e foi deitar, apenas de calcinha e sutiã, esperar o maridão. Ao entrar em casa, Chico passou pela sala e encontrou o computador ligado. Percebendo uma luz piscando sem parar, Chico abriu a janela do MSN e encontrou:

- Amor, você não vai pagar o que me deve??
Chico intrigado, assume a posição da mulher na conversa: Pagar o que meu "benzinho"?
As fotos Uai? (parecia que Ricardão era mineiro)
Não estou “lembrada de nada”, não sei do que está falando! Me explique melhor!
Então Ricardão começou a mandar muitas fotos, 10 no total, uma atrás da outra. Chico descobre que as fotos recebidas era de sua mulher, de calcinha e sutiã e parcialmente nua em posições um tanto quanto sugestivas.

Creuzelina acordada, esperava o marido ansiosa para uma noite de amor. Ao entrar no quarto, o marido traido virtualmente, em um ato inexplicável, ou explicável, começa agredir verbalmente "safada/sem vergonha" e fisicamente a mulher, alguns tapas e empurrões. Creuzelina consegue sair do quarto e chamou a Polícia. O caso acabou dentro da Delegacia altas horas da madrugada. Agressões e sexo virtual são crimes.

Fotos cedidas por um tal de Chegado

Moral da História: Sou totalmente contra qualquer tipo de agressão contra mulheres, mas tem umas safadas que procuram. E vocês o que acham? O que fariam? Opinem.
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