sexta-feira, dezembro 14, 2007

Tragédia

“Ela disse que ia se jogar!
Logo ela sumiu da minha vista”

Contou emocionado o companheiro ao Delegado de Vinhedo; jovem de 22 anos
escorrega do parapeito do apartamento e cai do 2º andar

Uma pessoa alegre, extrovertida e cheia de saúde. Essa foi a descrição emocionada de uma amiga no momento em que soube que a colega Graziele Aparecida de Almeida, 22 anos, havia sido socorrida pelo Resgate Municipal e encaminhada à Santa Casa de Vinhedo depois de cair do segundo andar do Residencial Riviera, localizado na avenida Benedito Storani, no bairro Casa Verde. Horas antes, ambas, na companhia do namorado de Graziele, Jorge Arturo Martinez, 40 anos, participavam de uma confraternização no apartamento do casal. A tragédia aconteceu durante a madrugada da última segunda-feira, dia 3. Os investigadores da Polícia Civil de Vinhedo, junto com o delegado Álvaro Santucci Noventa Junior e a equipe do Instituto de Criminalística de Campinas (IC) agiram rapidamente e, em menos de 12 horas resolveram o caso. A dúvida era: Graziele simplesmente escorregou da sacada? Tentou o suicídio? Ou foi jogada pelo companheiro?

Essas foram as dúvidas que pairavam durante a madrugada desta segunda-feira. Graziela, com traumatismo craniano (afundamento), foi encaminhada as pressas para o hospital Celso Pierrô, dentro da PUC Campinas. Enquanto isso, em Vinhedo, o Instituto de Criminalística, com o Delegado de Vinhedo, entraram no apartamento do casal, nº 22, e começaram as investigações. Ao lado deles, o namorado Jorge contava sua versão: “Fizemos uma festa domingo em casa, estava uma amiga nossa junto. Depois que ela foi embora começamos a discutir o relacionamento. Ela queria saber onde eu havia passado a noite em um dos dias da última semana. Nesse meio tempo, eu fui até a geladeira para pegar uma bebida, quando ela levantou da cadeira, me empurrou na parede e foi até a sacada do apartamento. Lá, ela subiu na grade, ficou com uma perna em cada lado e continuou falando comigo. Logo ela passou a segunda perna e ficou segurando pelo lado de fora. Comecei a gritar para não pular, mas ela me disse que ia. Foi quando ela escorregou e sumiu das minhas vistas”, contou o companheiro. Graziele despencou de cerca de 8 metros e bateu a cabeça no chão. Em depoimento, os vizinhos não escutaram briga entre o casal.

No estilo C.S.I. Investigação Criminal, série norte americana da televisão, os peritos do I.C fizeram a reconstituição do acidente, de acordo com o depoimento de Jorge, e utilizaram um produto químico especial para saber com exatidão quais foram os últimos movimentos da vítima dentro do apartamento. “Deu para ver nitidamente os passos de Graziele na sacada. Ela realmente subiu no parapeito, ficou com uma perna em cada lado da grade, inclusive uma estava mais levantada que a outra. Depois, ela passou a segunda perna e ficou pendurada, segurando apenas em uma barra, estilo corrimão. O produto químico mostrou detalhes como os dedinhos dela estendidos e a marca das mãos escorregando pela barra. Graziele realmente escorregou do 2º andar e caiu”, esclareceu o Delegado durante a coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, dia 6. “Precisávamos agir logo e resolver o caso, pois estávamos com a principal testemunha em mãos. Isso foi ótimo tanto para a polícia que resolveu o acidente, quanto para o namorado da jovem”, finalizou.

A Folha de Vinhedo entrou em contato com o Hospital Celso Pierrô, em Campinas, e confirmou que Graziele teve um trauma craniano, devido a queda, e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (U.T.I.) em estado de observação. Ela se recupera bem e já recebe visitas.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Reforma Agrária

“Se tiver outras áreas abandonadas
vamos ‘vistoriar’”
Contou um dos integrantes do movimento sem-terra Pedro Salles

Danilo Ferreira
danilo@folhadevinhedo.com.br

Visitei na manhã desta segunda-feira, dia 3, a propriedade Fazenda Eldorado, no bairro São Bento, localizado as margens da Estrada Jequitibás, via que liga as cidades de Valinhos e Itatiba, para conversar com um dos lideres do movimento Comuna da Terra Che Guevara MST São Paulo, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Pedro Salles. O objetivo foi descobrir o motivo pelo qual mais de 200 famílias da região se assentarem, com barracas feitas de lonas pretas, nos gramados de uma antiga Granja desapropriada.

Durante a entrevista, o integrante não descartou a possibilidade de novas ‘vistorias’ (como são chamadas as invasões) pela região, em áreas abandonadas e não vistoriadas pelo Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra. O integrante coloca Vinhedo, Louveira e Itatiba na lista de possíveis cidades invadidas. “Enquanto não tiver uma decisão do Incra vamos ficar por aqui, caso contrário podemos ir para outras cidades vizinhas”, explicou.

Segundo informações, cerca de 400 pessoas ligadas ao MST invadiram a Fazenda Eldorado, propriedade de 240 hectares, durante a madrugada do último sábado, dia 1º. Os manifestantes quebraram o cadeado da porteira e, logo na entrada começaram a armar as barracas. Dentro da propriedade, estava a família de um caseiro, funcionário da Fazenda e responsável pela manutenção do lugar. A intenção, de acordo com o Pedro Salles, é reivindicar uma análise do Incra que há muito tempo não é feita na região de Campinas. Ele considera a área invadida um lugar apropriado para a Reforma Agrária e com isso, pretende assentar grande parte das famílias presentes. “Esta fazenda é uma área possível de reforma agrária. Ela é visivelmente abandonada. Havia aqui uma antiga Granja que está desativada há 20 anos”, contou.

O fato é que fui no local e comprovei que a Fazenda Eldorado, aparentemente está em ótimas condições e que a propriedade está inativa há cerca de cinco anos, e não 20, para a construção de um condomínio, o que não foi construído ainda por problemas burocráticos. O advogado da família, Mario de Camargo Andrade Neto disse que entrou na manhã desta segunda-feira com um pedido de reintegração de posse.

Outro objetivo dos integrantes é fazer um manifesto contra a violência policial utilizada na última quinta-feira, dia 29, após um grupo de sem-terras invadirem uma propriedade em Limeira, interior de São Paulo. Cerca de 20 pessoas foram feridas e um levou um tiro de borracha na orelha durante a ação policial. Foram usados também gás de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

O que não dá para acreditar é que esses ‘membros revolucionários’ invadem propriedades de terceiros, assentam seu povo em um lugar que não é deles e ainda por cima os donos são obrigados a pedir reintegração de posse para tirar os ‘invasores’ de lá? Ou seja, alguém entra na sua casa e você tem que pedir na Justiça o direito de voltar a entrar. É inacreditável a bagunça que é nosso sistema judiciário!
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